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Estudo da Fiocruz engavetado pelo governo revela que consumo de opiáceos é maior do que o de crack no Brasil

Pesquisa contraria ministro Osmar Terra que afirma que há 'epidemia' no Brasil e disse que não confia em pesquisas feitas pela Fundação
Maconha é a campeã entre substâncias ilícitas Foto: Marcos Alves / Agência O Globo
Maconha é a campeã entre substâncias ilícitas Foto: Marcos Alves / Agência O Globo

RIO - Um estudo sobre drogas feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está no centro de um impasse entre o governo, que o engavetou, e a comunidade científica. Na opinião de especialistas, a pesquisa teria sido escanteada pelo governo por um motivo: ela não confirma que o Brasil vive uma "epidemia de drogas " conforme afirma o ministro da cidadania, Osmar Terra. Em entrevista ao GLOBO, Terra chegou a dizer ainda que não confiava nas pesquisas conduzidas pela Fundação. A reportagem teve acesso à íntegra do documento que mostra que enquanto o governo endurece as políticas para drogas ilícitas, deixa de olhar para uma substância cujos índices despontam no país: os opiáceos.

Derivados do ópio e usados em medicamentos para dor, eles aparecem com índices maiores que os do crack, por exemplo, no 3ª Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira (Lnud). Segundo a pesquisa da Fiocruz, 4,4 milhões de brasileiros já fizeram uso de opiáceo uma vez na vida, ou 2,9% da população. Mas os resultados não param por aí.

Clique aqui para ler os resultados da pesquisa que foi desaprovada pelo governo federal.